Voltei, depois de algum tempo fora (... cinco dias), e finalmente cheguei com algo que eu posso dizer que seja... hum, significativo.

No poema Sete Faces, de Drummond, dois versinhos me chamaram a atenção, e me fizeram refletir bastante:
"A tarde talvez fosse mais azul,
Não houvesse tantos desejos"
É o seguinte: a gente passa tanto tempo se martirizando, se enchendo e se entristecendo por que gostaria de ter algo e não pode/deve. Isso vai desde um sapato à um amigo, passando pelo carinho da pessoa que é amada à festa que seu pai não te deixa ir. Dessa forma, nosso céu, que deveria estar azul e brilhante começa a escurecer e nublar, quando na verdade a cor desse céu depende única e exclusivamente de nossa abdicação ao que nos machuca - os desejos exacerbados e saciantes de nossos mesquinhos prazeres.
Não venho aqui dizer que a gente tem que parar de querer as coisas. Nunca! O desejo é a força motora que nos leva adiante nessa vida. Mas há tipos e tipos de desejos, os que te levam pra frente e os que denigrem. Estes são os que devemos manter distância, os que alimentam nossa ânsia por mais, que aumentam nossa inveja e egoísmo.
É uma prática que ando tentando pôr na minha vida. Difícil, mas útil.
Meio moralista esse post, né? Sei lá, só um insight de sábado à noite.
James do Bonde.